quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobreposição de atividades
O habitar alimenta-se e se define a partir de diversos processos de comunicação, mediados ou não por sistemas digitais. Processos de interação completam as dinâmicas do habitar, pondo em relação pessoas, objetos, edificações, comunidades e fragmentos urbanos.
No Brasil, a residência de prestígio é aquela que conta com grande numero de cômodos com funções mais ou menos definidas: sala “de almoço”, sala “de jantar”, sala “de TV”, jardim “de inverno”, etc. A entrada da informática neste espaço estaria, talvez, sujeita à instituição de uma sala “do computador”. As atividades que ele propõe deveriam ser isoladas em um compartimento próprio, ou poderíamos imaginá-lo integrado, por exemplo, ao lazer de vários indivíduos do grupo doméstico? Quais os parâmetros para se localizar o espaço do “tele-trabalho” dentro da habitação? Talvez seja mais interessante eliminar a de vez a compartimentação e assumir a tendência de que atividades diferentes acontecem no mesmo lugar e ao mesmo tempo.
A obra de Richard Hamilton mostra que a sociedade está voltada para o consumo, com desejo de consumo, ou seja, cada vez mais querendo aparelhos com tecnologia mais avançada. A sociedade de hoje continua no mesmo quadro que ele quis representar em sua obra, esta buscando mais inovações tecnológicas e está deixando se levar pelo consumo, as pessoas estão comprando os novos produtos tecnológicos não apenas para as suas necessidades, mas também para fazer parte de uma sociedade consumista.
Nossos lares estão cheios de tecnologias, os novos ideais de beleza e itens de consumo da sociedade atual são os aparelhos eletrônicos, os novos produtos de beleza, na verdade aas pessoas buscam cada vez mais por espaços com mais avanços tecnológicos, novos lugares com novas tecnologias.
As “coisas” que nos consumimos torna diferentes uns dos outros, ao comprar “coisas” produtos entramos numa sociedade consumista e nos diferenciamos da sociedade que não acessa esses novos produtos, podemos notar tais diferenças ao andarmos na rua nos deparamos com mulheres com saltos e roupas da moda e outras com roupas e sapatos fora da moda, a preocupação de estar na moda é tão grande que às vezes compramos coisas desnecessárias.
Acho que muitas “coisas” que compramos não são necessárias naquele momento, mas compramos para nos igualar com aqueles que tem e para “estar na moda”. Acho que o necessário para vida é que aquilo que é necessário para a gente, aquilo que realmente estamos precisando e não aquilo que a sociedade, que a propaganda e que a moda nos impõe a música do titãs também nos diz isso que deixamos nos levar pela propaganda não nos perguntamos de que temos “fome” de que temos “sede”, ou seja, compramos sem nos perguntar quais são as nossas necessidades.
Não apenas os grupos domésticos mudaram os modos de vida a era da computação os meios de telecomunicação também influenciou na mudança de hábitos e costumes da família brasileira. A possibilidade de trabalhar em casa modificou a função dos cômodos e a relação familiar. 



O processo evolutivo das habitações
A casa burguesa no Brasil:
O padrão burguês oitocentista: A habitação burguesa é um modelo de casa originado no século XIX caracterizado pela tripartição em espaços de prestígio, isolamento, e rejeição, tradicionalmente caracterizados como social íntimo e serviços. O espaço de rejeição é formado pelo banheiro, a cozinha e o quarto de empregada. Espaços íntimos são os quartos e sala de comer. A sala de visitas é o local de prestígio, a principal parte da casa, onde se recebem visitas (habitação como vitrine de prestígio social). A loja, espaço de trabalho, é um anexo da casa.
A família tradicional burguesa era uma família nuclear (família extensa), formada por pai, mãe e muitos filhos. O pai, normalmente, trabalhava em casa e é o responsável pelo sustento da família. Empregados domésticos eram os responsáveis pelo funcionamento da casa, e ficavam isolados propositadamente dos patrões. Esse era um modelo baseado nos sistema de produção agrícola da sociedade feudal.
A casa moderna no Brasil:
O padrão moderno: A habitação moderna se caracteriza pela Bipartição dia-noite. Os quartos e o banheiro são espaços de uso íntimo e noturno (repouso). A cozinha centralizada, não mais isolada, e a sala de estar são o coração do funcionamento diurno da casa (convívio). Não existe mais espaço para o trabalho em casa, pois as áreas são reduzidas ao mínimo necessário.
A família moderna era também uma família nuclear, centralizada no pai e nas mães, mas com menos filhos que a família burguesa, devido à queda de fecundidade iniciada no inicio do século XX. O pai trabalhava fora, normalmente como empregado de uma grande empresa ou indústria, e era o responsável pelo sustento da família. A mulher passou a substituir a empregada doméstica é passou a ser a responsável pelo funcionamento da casa. O modelo moderno se baseava numa sociedade de produção industrial, o homem como mão de obra produtiva.
Casa contemporânea:
A habitação contemporânea, tanto habitação social quanto a “habitação de alto padrão” vem repetindo estas duas fórmulas há décadas. Mesmo que agora tendam a habitar estes espaços, grupos domésticos cujo perfil difere cada vez mais da família nuclear tradicional, e cujos modos de vida apresentam transformações cada vez mais rápidas, o desenho desta habitação continua imutável, sob a alegação de que chegou-se a um resultado projetual economicamente viável, que atende às necessidades ‘básicas’ de seus moradores.
A partir destes estudos históricos determinou-se os principais fatores que deverão ser considerados como condicionantes para orientar a concepção de um novo modelo de habitação: os novos grupos domésticos e seus comportamentos.
Novos grupos domésticos
“A arquitetura trata de um sujeito, o homem, que é por definição e fatalidade de natureza cambiável e evolutiva. Ele é primeiro solteiro, depois casal, depois família, com filhos em números indeterminados, depois dispersão dos filhos pelos seus casamentos... Enfim a morte, de tal maneira que a moradia feita para uma família não existe: o que existem são vários tipos de moradia paras sucessivas idades.” Le Corbusier



Os novos grupos domésticos existem, muitas vezes, em apenas certos períodos do ciclo de vida familiar, de maneira simultânea ou alternada. A esta flexibilidade não deveria corresponder uma flexibilidade do espaço da habitação, capaz de absorver esta transformação contínua?
1 Nova família nuclear:- cada vez menos predominante- formada por um núcleo conjugal e filhos. Cada um na sua- diminuição da fecundidade, cada vez menos filhos- crescente inserção feminina na força de trabalho- o papel de provedor da família já não é exclusivo do pai
- independência dos filhos mais cedo

2 Família mono parental:- mãe ou pai solteiros com filhos- família liderada na maioria das vezes pela mulher (devido à viuvez mais freqüente entre as mulheres, ou a mãe que fica com a guarda dos filhos após separação)- resultado, principalmente, do aumento do numero de divórcios e separações,mães independentes.

3 Uniões livres:- casais sem vínculos legais, sem filhos- primeira opção de vida conjugal para maioria dos jovens- raízes nas incertezas e dúvidas do casamento- perda de importância de valores religiosos
- liberdade sexual e aumento do respeito pelas uniões homossexuais

4 Pessoas vivendo sós:- solteiros por opção (neocelibatários)- solteiros por incompetência- viuvez (predominante entre mulheres)- separados ou desquitados (predominância de homens que só recebem os filhos nos fins de semana)
- é crescente o numero de estudantes universitários

05- Coabitação sem vínculos conjugal ou de parentesco:- repúblicas de estudantes- jovens trabalhadores
- as relações internas são baseadas na transitoriedade da habitação


Individualismo acentuado
 O número de solteiros vem sendo cada vez maior, a opção das pessoas por morar sozinha vem sendo cada vez mais comum. No cotidiano é comum ver cada vez mais solteiros, e pessoas individualistas.
Há os que adiam e desistem, os que preferem investir em viagens e os que preferem dedicar-se aos seus animais de estimação.
Acredito que não seja apenas um direito, mas um dever as pessoas defenderem suas crenças. Neste caso específico é mesmo “uma benção” que as pessoas que não se identificam com os papéis de pai e mãe, não os assumam pois a história mostra que o resultado não é nada bom.
Crianças necessitam de muita dedicação!
Por outro lado é necessário que as pessoas que acreditam que devem contribuir para a formação e aperfeiçoamento da sociedade (e da humanidade, em última instância), defendam também essa crença! Já em 1508 Erasmo de Rotterdam dizia no seu livro “Elogio da Loucura”:
- “E, de boa fé, qual é o mortal que quereria sujeitar-se ao casamento se tivesse considerado antes, como homem sensato, os inconvenientes desse estado?
Qual a mulher que cederia às demandas amorosas de um homem, se tivesse 
pensado a sério nos incômodos da gravidez, nas dores, nos perigos do parto e nos trabalhos penosos da educação?”
O individualismo acentuado presente na sociedade e explorado pelo marketing leva à sério a jocosidade de Erasmo.
Por outro lado é necessário comemorar que o mesmo jornal, na mesma data, traga uma bela análise de Contardo Calligaris – Narciso no país das Maravilhas, da qual cito: “Se hesito entre um carro e uma amizade ou um amor, é bem provável que minha experiência afetiva seja miserável. Se espero a felicidade dos objetos, desaprendo a agir e a desejar.
Buscando socorro no astral de Erasmo, talvez pudéssemos pensar que o argumento que poderia ser considerado pelos individualistas modernos para a procriação seja o terrível deficit da Previdência que em breve teremos.
Será que não é hora de começarmos a pensar conforme o raciocínio que “colou” em relação à questão ambiental? Casais que optassem por não ter filhos contribuiriam para que o Estado oferecesse escolas maravilhosas para as crianças (dos outros). Assim como estão pagando para neutralizar o carbono emitido, essas pessoas pagariam pela procriação não realizada.
Brincadeiras à parte, devemos aceitar que nossa sociedade não oferece nenhum apoio às famílias que estão garantindo nosso futuro e até mesmo, ao contrário, tem uma postura de exigir que elas “criem bem” seus filhos para que estes não venham a ser um peso social. 
Parece estar havendo um confronto entre o individualismo e a afetividade. Não é razoável ser afetivo numa metrópole. Somos tomados pelo racionalismo para sobrevivermos nas grandes cidades e esse racionalismo gera o individualismo e sufoca a afetividade.



O aumento do número de divorciados
A duração dos casamentos vem sendo cada vez menor, por uma série de fatos. Pode ser pelo fato do divórcio mais fácil. Os efeitos das recentes mudanças no Direito de família no Brasil, que facilitaram os processos de divórcio, já podem ser medidos em números. De acordo com dados do Colégio Notarial de São Paulo, a quantidade de divórcios realizados em cartórios, sem necessidade de processo judicial – possibilidade inaugurada com a nova lei –, aumentou em 109% no último ano em São Paulo. Foram 9.317 casamentos que chegaram ao fim, contra 4,5 mil em 2009. Pelas novas regras (Emenda Constitucional 66/2010), não existe mais exigência de tempo de separação de fato para que casais possam se divorciar – antes, era preciso esperar dois anos entre a separação de fato e o divórcio. Além disso, caso não haja filhos menores ou incapazes e seja firmado acordo prévio em relação à partilha dos bens, marido e mulher podem encerrar sua relação com apenas uma visita ao cartório.
Cada vez mais antecipamos o início da vida sexualmente ativa de meninos e meninas. Entretanto seus amadurecimentos não seguem essa dinâmica. Tornam-se adultos imaturos para a troca conjugal, salvo as exceções. De modo geral, os jovens casais deparam-se, por um lado, com uma infinidade de desafios que exigem um considerável aporte de energias anteriormente canalizadas para o deslumbre e descobrimento mútuo e, por outro lado com uma infinidade de facilidades que também os desviam do foco da relação que é o mútuo conhecimento. Logo, absorvidos com seus problemas pessoais e tangidos pelo "canto da sereia" do mercado de consumo, contribuem para a estatística de separações e divórcios. Há que se considerar que somos um país de 190 e poucos milhões de pessoas e qualquer estatística mostrarão números consideráveis.
O divórcio aumenta cada vez mais no Brasil, de certa forma pode dizer que muitos casais agem precipitadamente, casando-se em pouco tempo de relacionamento. Alguns casos precipitados existem um sentimento com o desejo de viver uma vida a dois de construir uma família, mas já tem outros casos que não se pode dá esse exemplo, porque sem terem a certeza de que realmente existe o amor (carinho, admiração, paixão e amizade) na relação, pelo simples fato de terem medo de ficar para "titio ou titia" (receio da solidão), com pouco tempo na relação (namoro), casam e depois em curto prazo de convivência, logo separam, muitas vezes sem refletir e discutir a relação. Alguns desses casamentos ocorrem à separação porque realmente na relação não existe ou nunca teve um verdadeiro sentimento, sendo a única solução o desquite. Outros terminam por motivos de discussões banais entre casais acabando com um relacionamento onde ainda existe o amor.
E quando esse casal possui filhos, muitas vezes essa separação, de como se tenha ocorrido, pode prejudicar emocionalmente a criança que ainda não possui a maturidade para entender a separação dos pais. Fora que o casamento sem existir o amor, além de ser uma tortura, sendo uma grande perca de tempo na vida para ambas as partes, acaba acontecendo daí a traição e de um relacionamento que poderia terminar sem mágoas existindo ainda a amizade fica o rancor devido à infidelidade. Pode ser também que um dos motivos do divorcio seja as divergências de opiniões entre o casal, levando a ocorrência de tanta separação. Pelo simples fato do ser humano não saber tolerar e conviver com as diferenças.
Se todos nesse mundo soubessem lidar com as diferenças um com os outros, pelo menos não existiria tanto preconceito. Muitas pessoas ainda sonham em encontrar a sua alma gêmea. Finalizando, as pessoas ao perceberem que não encontrou a sua cara metade saem em busca de novas experiências, por isso estão ocorrendo tanto índice de divórcio. Sabemos que não se vive para sempre, depois de alguns anos de vida que pode ser em longo ou até pouco tempo, de forma natural ou acidental, o ser humano morre. Faz parte do ciclo da vida; "O Homem nasce, cresce, reproduz e morre". Infelizmente a existência na Terra de qualquer pessoa não é eterna, portanto, nada nesse mundo dura eternamente, quanto mais uma relação de vida a dois.



A liberdade de expressão e sexual
De acordo com as nossas leis e códigos atuais foi regularizada a situação dos homossexuais e a liberdade sexual, com isso formam-se novos lares brasileiros, sejam eles constituídos de casais homossexuais, sem filhos, enfim, diferentes do padrão definido.
Diante da tramitação no Senado Federal do Projeto de Lei PLC 122/2006, aprovado pela Câmara dos Deputados (PLC 503/2001), que pretende punir como crime qualquer tipo de reprovação ao homossexualismo, a Convenção Batista Brasileira manifesta a sua preocupação com o futuro da sociedade brasileira, caso a lei venha a ser aprovada.
Reconhecemos o direito dos homossexuais a um tratamento digno e igualitário, ao mesmo tempo em que defendemos a liberdade fundamental de formar e exprimir juízos, favoráveis ou desfavoráveis, nas questões de orientação sexual.
Entendem os batistas que a aprovação do referido Projeto de Lei pode resultar no aumento da subversão de valores morais e espirituais que destroem a família e enfraquecem a nação brasileira. Por isto, decidimos vir a público reafirmar nossas posições bíblicas e históricas sobre os princípios e os valores que sustentam a liberdade de consciência, as religiões e a vida em sociedade.




1- Cremos que todos têm direito, outorgados por Deus, de ser reconhecidos e aceitos como indivíduos, sem distinção de raça, cor, credo ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial. Todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, razão porque merecem respeito, consideração, valor e dignidade.

2- Cremos no direito à liberdade de consciência e de expressão religiosa. Cada pessoa é plenamente livre perante Deus, em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar  religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, propagar e ensinar a verdade como a entenda, e até de mudar sua crença, sempre respeitando os direitos e as convicções dos outros.

3- Cremos que cada pessoa é preciosa, insubstituível e moralmente responsável perante Deus e o próximo. Cremos no direito à liberdade de escolha e aprovação dos princípios e dos valores que regem a convivência e a conduta, na família e na sociedade.

4- Cremos que Deus criou o ser humano, macho e fêmea, com direitos iguais e diferenças sexuais. Essas diferenças se baseiam na constituição física, na forma de ser, de perceber o mundo, de reagir e de relacionar-se. Deus criou macho e fêmea, para que se completem e cooperem com ele na criação e na formação da humanidade.

A aprovação de uma lei não pode ferir as conquistas adquiridas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma em seu artigo XIX: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.




A luta da mulher pelos seus direitos na sociedade
A inserção da mulher no mercado de trabalho antes limitada ao homem, à busca pela independência, pela igualdade, ultrapassar o seu papel imposto pela sociedade (mãe e dona de casa), são conseqüências da luta da mulher por seus direitos, e que influência também nos novos modos de vida da nossa sociedade atual.
A reprodução da espécie humana só pode acontecer com a participação dos homens e da mulher. A sociedade humana é histórica, muda conforme o padrão de desenvolvimento da produção, dos valores e normas sociais. Assim, desde que o homem começou a produzir seus alimentos, nas sociedades agrícolas do período neolítico (entre 8.000 a 4.000 anos atrás), começaram a definir papéis para os homens e para as mulheres. Nas sociedades agrícolas já havia a divisão sexual do trabalho, marcada desde sempre pela capacidade reprodutora da mulher, o fato de gerar o filho e de amamentá-lo. O aprendizado da atividade de cuidar foi sendo desenvolvido como uma tarefa da mulher, embora ela também participasse do trabalho do cultivo e da criação de animais. Surgem as sociedade humanas, divididas em clãs, em tribos e aldeias. Na fase pré-capitalista o modelo de família era multigeracional e todos trabalhavam numa mesma unidade econômica de produção. O mundo do trabalho e o mundo doméstico eram coincidentes. A função de reprodutora da espécie, que cabe à mulher, favoreceu a sua subordinação ao homem. A mulher foi sendo considerada mais frágil e incapaz para assumir a direção e chefia do grupo familiar. O homem, associado à idéia de autoridade devido a sua força física e poder de mando, assumiu o poder dentro da sociedade. Assim, surgiram as sociedades patriarcais, fundadas no poder do homem, do chefe de família. A idéia de posse dos bens, e a garantia da herança dela para as gerações futuras, levaram o homem a interessar-se pela paternidade. Assim, a sexualidade da mulher foi sendo cada vez mais submetida aos interesses do homem, tanto no repasse dos bens materiais, através da herança, como na reprodução da sua linhagem. A mulher passou a ser do homem, como forma dele perpetuar-se através da descendência. A função da mulher foi sendo restrita ao mundo doméstico, submissa ao homem. As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na sociedade industrial. Porém, nas sociedades industriais o mundo do trabalho se divide do mundo doméstico. As famílias multigeracionais vão desaparecendo e forma-se a família nuclear (pai, mãe e filhos). Permanece o poder patriarcal na família, mas a mulher das camadas populares foi submetida ao trabalho fabril. No século XVIII e XIX o abandono do lar pelas mães que trabalhavam nas fábricas levou a sérias conseqüências para a vida das crianças. A desestruturação dos laços familiar, das camadas trabalhadoras e os vícios decorrentes do ambiente de trabalho promíscuo fez crescer os conflitos sociais. A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. A mulher foi incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho da mulher, porque o trabalho da mulher era mais barato. As lutas entre homens e mulheres trabalhadoras estão presentes em todo o processo da revolução industrial. Os homens substituídos pelas mulheres na produção fabril acusavam-nas de roubarem seus postos de trabalho. A luta contra o sistema capitalista de produção aparecia permeada pela questão de gênero. A questão de gênero colocava-se como um ponto de impasse na consciência de classe do trabalhador. Assim, nasceu a luta das mulheres por melhores condições de trabalho. Já no século XIX havia movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. Ao ser incorporado ao mundo do trabalho fabril a mulher passou a ter uma dupla jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos afazeres domésticos e também do trabalho remunerado. As mulheres pobres sempre trabalharam. A remuneração do trabalho da mulher sempre foi inferior ao do homem. A dificuldade de cuidar da prole levou as mulheres a reivindicarem por escolas, creches e pelo direito da maternidade. Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base para a desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Na sociedade capitalista o direito de propriedade passou a ser o ponto central, assim, a origem da prole passou a ser controlada de forma mais rigorosa, levando a desenvolver uma série de restrições a sexualidade da mulher. Cada vez mais o corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. O adultério era crime gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da propriedade do homem. No século XX as mulheres começaram uma luta organizada em defesa de seus direitos. A luta das mulheres contra as formas de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo e a organização das mulheres em prol de melhorias na infra-estrutura social foi conhecida como movimento de mulheres. A luta feminina também tem divisões dentro dela. Os valores morais impostos às mulheres durante muito tempo dificultaram a luta pelo direito de igualdade. As mulheres que assumiram o movimento feminista foram vistas como "mal amadas" e discriminadas pelos homens e também pelas mulheres que aceitavam o seu papel de submissas na sociedade patriarcal. A luta feminina é uma busca de construir novos valores sociais, nova moral e nova cultura. É uma luta pela democracia, que deve nascer da igualdade entre homens e mulheres e evoluir para a igualdade entre todos os homens, suprimindo as desigualdades de classe. Após a década de 1940 cresceu a incorporação da força de trabalho feminina no mercado de trabalho, havendo uma diversificação do tipo de ocupações assumidas pelas mulheres. Porém, no Brasil, foi na década de 1970 que a mulher passou a ingressar de forma mais acentuada no mercado de trabalho. A mulher ainda ocupa as atividades relacionadas aos serviços de cuidar (nos hospitais, a maioria das mulheres são enfermeiras e atendentes, são professoras, educadoras em creches), serviços domésticos (ser doméstica), comerciarias e uma pequena parcela na indústria e na agricultura. No final dos anos 1970 surgem movimentos sindicais e movimentos feministas no Brasil. A desigualdade de classe juntou os dois sexos na luta por melhores condições de vida. O movimento sindical começou a assumir a luta pelos direitos da mulher. Na década de 1980, quando nasceu a CUT, a bandeira das mulheres ganhou mais visibilidade dentro do movimento sindical. Surgiu na década de 1980 a Comissão Nacional da Mulher Trabalhadora, na CUT. A luta pela democratização das relações de gênero persistiu e com a Constituição Federal de 1988 a mulher conquistou a igualdade jurídica. O homem deixou de ser o chefe da família e a mulher passou a ser considerada um ser tão capaz quanto o homem. Na década de 1990, no Brasil.



Aumento da expectativa de vida
Desde 1940, a taxa de mortalidade brasileira também vem caindo, como reflexo de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar, da melhoria dos níveis de escolaridade e o próprio enriquecimento global do país contribuíram para o aumento da expectativa de vida. E o fato de os homens estarem mais expostos às mortes prematuras causadas por eventos violentos, como acidentes de carro e homicídios são os principais fatores do aumento da expectativa de vida.