quarta-feira, 29 de junho de 2011

O processo evolutivo das habitações
A casa burguesa no Brasil:
O padrão burguês oitocentista: A habitação burguesa é um modelo de casa originado no século XIX caracterizado pela tripartição em espaços de prestígio, isolamento, e rejeição, tradicionalmente caracterizados como social íntimo e serviços. O espaço de rejeição é formado pelo banheiro, a cozinha e o quarto de empregada. Espaços íntimos são os quartos e sala de comer. A sala de visitas é o local de prestígio, a principal parte da casa, onde se recebem visitas (habitação como vitrine de prestígio social). A loja, espaço de trabalho, é um anexo da casa.
A família tradicional burguesa era uma família nuclear (família extensa), formada por pai, mãe e muitos filhos. O pai, normalmente, trabalhava em casa e é o responsável pelo sustento da família. Empregados domésticos eram os responsáveis pelo funcionamento da casa, e ficavam isolados propositadamente dos patrões. Esse era um modelo baseado nos sistema de produção agrícola da sociedade feudal.
A casa moderna no Brasil:
O padrão moderno: A habitação moderna se caracteriza pela Bipartição dia-noite. Os quartos e o banheiro são espaços de uso íntimo e noturno (repouso). A cozinha centralizada, não mais isolada, e a sala de estar são o coração do funcionamento diurno da casa (convívio). Não existe mais espaço para o trabalho em casa, pois as áreas são reduzidas ao mínimo necessário.
A família moderna era também uma família nuclear, centralizada no pai e nas mães, mas com menos filhos que a família burguesa, devido à queda de fecundidade iniciada no inicio do século XX. O pai trabalhava fora, normalmente como empregado de uma grande empresa ou indústria, e era o responsável pelo sustento da família. A mulher passou a substituir a empregada doméstica é passou a ser a responsável pelo funcionamento da casa. O modelo moderno se baseava numa sociedade de produção industrial, o homem como mão de obra produtiva.
Casa contemporânea:
A habitação contemporânea, tanto habitação social quanto a “habitação de alto padrão” vem repetindo estas duas fórmulas há décadas. Mesmo que agora tendam a habitar estes espaços, grupos domésticos cujo perfil difere cada vez mais da família nuclear tradicional, e cujos modos de vida apresentam transformações cada vez mais rápidas, o desenho desta habitação continua imutável, sob a alegação de que chegou-se a um resultado projetual economicamente viável, que atende às necessidades ‘básicas’ de seus moradores.
A partir destes estudos históricos determinou-se os principais fatores que deverão ser considerados como condicionantes para orientar a concepção de um novo modelo de habitação: os novos grupos domésticos e seus comportamentos.
Novos grupos domésticos
“A arquitetura trata de um sujeito, o homem, que é por definição e fatalidade de natureza cambiável e evolutiva. Ele é primeiro solteiro, depois casal, depois família, com filhos em números indeterminados, depois dispersão dos filhos pelos seus casamentos... Enfim a morte, de tal maneira que a moradia feita para uma família não existe: o que existem são vários tipos de moradia paras sucessivas idades.” Le Corbusier



Os novos grupos domésticos existem, muitas vezes, em apenas certos períodos do ciclo de vida familiar, de maneira simultânea ou alternada. A esta flexibilidade não deveria corresponder uma flexibilidade do espaço da habitação, capaz de absorver esta transformação contínua?
1 Nova família nuclear:- cada vez menos predominante- formada por um núcleo conjugal e filhos. Cada um na sua- diminuição da fecundidade, cada vez menos filhos- crescente inserção feminina na força de trabalho- o papel de provedor da família já não é exclusivo do pai
- independência dos filhos mais cedo

2 Família mono parental:- mãe ou pai solteiros com filhos- família liderada na maioria das vezes pela mulher (devido à viuvez mais freqüente entre as mulheres, ou a mãe que fica com a guarda dos filhos após separação)- resultado, principalmente, do aumento do numero de divórcios e separações,mães independentes.

3 Uniões livres:- casais sem vínculos legais, sem filhos- primeira opção de vida conjugal para maioria dos jovens- raízes nas incertezas e dúvidas do casamento- perda de importância de valores religiosos
- liberdade sexual e aumento do respeito pelas uniões homossexuais

4 Pessoas vivendo sós:- solteiros por opção (neocelibatários)- solteiros por incompetência- viuvez (predominante entre mulheres)- separados ou desquitados (predominância de homens que só recebem os filhos nos fins de semana)
- é crescente o numero de estudantes universitários

05- Coabitação sem vínculos conjugal ou de parentesco:- repúblicas de estudantes- jovens trabalhadores
- as relações internas são baseadas na transitoriedade da habitação


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