quarta-feira, 29 de junho de 2011

Individualismo acentuado
 O número de solteiros vem sendo cada vez maior, a opção das pessoas por morar sozinha vem sendo cada vez mais comum. No cotidiano é comum ver cada vez mais solteiros, e pessoas individualistas.
Há os que adiam e desistem, os que preferem investir em viagens e os que preferem dedicar-se aos seus animais de estimação.
Acredito que não seja apenas um direito, mas um dever as pessoas defenderem suas crenças. Neste caso específico é mesmo “uma benção” que as pessoas que não se identificam com os papéis de pai e mãe, não os assumam pois a história mostra que o resultado não é nada bom.
Crianças necessitam de muita dedicação!
Por outro lado é necessário que as pessoas que acreditam que devem contribuir para a formação e aperfeiçoamento da sociedade (e da humanidade, em última instância), defendam também essa crença! Já em 1508 Erasmo de Rotterdam dizia no seu livro “Elogio da Loucura”:
- “E, de boa fé, qual é o mortal que quereria sujeitar-se ao casamento se tivesse considerado antes, como homem sensato, os inconvenientes desse estado?
Qual a mulher que cederia às demandas amorosas de um homem, se tivesse 
pensado a sério nos incômodos da gravidez, nas dores, nos perigos do parto e nos trabalhos penosos da educação?”
O individualismo acentuado presente na sociedade e explorado pelo marketing leva à sério a jocosidade de Erasmo.
Por outro lado é necessário comemorar que o mesmo jornal, na mesma data, traga uma bela análise de Contardo Calligaris – Narciso no país das Maravilhas, da qual cito: “Se hesito entre um carro e uma amizade ou um amor, é bem provável que minha experiência afetiva seja miserável. Se espero a felicidade dos objetos, desaprendo a agir e a desejar.
Buscando socorro no astral de Erasmo, talvez pudéssemos pensar que o argumento que poderia ser considerado pelos individualistas modernos para a procriação seja o terrível deficit da Previdência que em breve teremos.
Será que não é hora de começarmos a pensar conforme o raciocínio que “colou” em relação à questão ambiental? Casais que optassem por não ter filhos contribuiriam para que o Estado oferecesse escolas maravilhosas para as crianças (dos outros). Assim como estão pagando para neutralizar o carbono emitido, essas pessoas pagariam pela procriação não realizada.
Brincadeiras à parte, devemos aceitar que nossa sociedade não oferece nenhum apoio às famílias que estão garantindo nosso futuro e até mesmo, ao contrário, tem uma postura de exigir que elas “criem bem” seus filhos para que estes não venham a ser um peso social. 
Parece estar havendo um confronto entre o individualismo e a afetividade. Não é razoável ser afetivo numa metrópole. Somos tomados pelo racionalismo para sobrevivermos nas grandes cidades e esse racionalismo gera o individualismo e sufoca a afetividade.



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